Triste Fim de Policarpo Quaresma - Atividade

 

 

ATIVIDADE: Triste Fim de Policarpo Quaresma

Questão 01

(Unicamp-SP) O trecho a seguir, escolhido por Lima Barreto como epígrafe para introduzir sua obra, Triste Fim de Policarpo Quaresma, comenta o confronto entre o ideal e o real:

“O grande inconveniente da vida real é o que a torna insuportável ao homem superior é que, se transportamos para ela os princípios do ideal, as qualidades passam a ser defeitos, de tal modo que, na maioria das vezes, o homem íntegro não consegue se sair tão bem quanto aquele que tem por estímulo o egoísmo ou a rotina vulgar.”

Renanm Marc-Aurele

a)      Cite dois episódios do livro em que o comportamento idealista de Policarpo é ridicularizado por outras personagens.

b)      Considerando-se a epígrafe citada, como pode ser analisada a trajetória de Policarpo Quaresma?

Questão 2

(UFPE/PE) Nas duas primeiras décadas do século XX, surgiu, no Brasil, o Pré-Modernismo. Sobre esse tema, analise as proposições abaixo, colocando F ou V.

 

(  ) Foi um movimentos com ideário estético rígido, com linguagem altamente formal e cuja temática dominante era a defesa do regime republicano recém-instalado (1889)

 

(  ) Surgiu num período em que, em termos gerais, predominava a estética parnasiana na poesia, com sua valorização do mundo greco-latino e a concepção de literatura como elaboração formal.

 

(  ) Nesta época, início do século XX, foi contemporâneo de alguns simbolistas remanescentes, que sonhavam com sensações inefáveis, distantes da realidade.

 

(  ) Contrastando com os simbolistas e parnasianos, Euclides da Cunha escreveu Os Sertões, documento amargurado e realista, sobre a guerra de Canudos, da qual participou como enviado do jornal O Estado de São Paulo. Descreveu, numa mescla de romance e ensaio científico, uma epopéia às avessas, que foi publicada em 1902.

 

(  ) Lima Barreto, outro autor da época, tem como principal obra: O triste fim de Policarpo Quaresma. Em seu livro, abandonou o mundo helênico, perfeito e imaginário, descrevendo a tristeza dos subúrbios e revelando preocupação com fatos históricos e costumes sociais. Seu estilo era semelhante ao do Machado de Assis, pelo refinamento lingüístico, pela forma trabalhada, limpa e perfeita.

 

Questão 3 (UFSC)

Sobre os autores Lima Barreto e Machado de Assis e suas obras, é CORRETO afirmar que:

a)      A fala: -“A questão é científica, dizia ele; trata-se de uma doutrina nova, cujo primeiro exemplo sou eu. Reúno em mim mesmo a teoria e a prática.” (O Alienista) foi preferida pelo Dr. Simão Bacamarte e se refere à sua terceira e última teoria sobre a loucura: ele, por reunir em si mesmo as características do perfeito equilíbrio mental e moral, era, naquele momento, o único mentecapto de Itaguaí.

 

b)      Os contos de Machado de Assis, em geral, re-velam um universo de temas como a loucura, a alma feminina, a vaidade, a sedução, o casamento e o adultério.

 

c)       Enquanto Simão Bacamarte queria estudar profundamente a loucura, Quaresma desejava estudar a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua literatura e na sua política.

 

d)      Tanto Quaresma como Simão Bacamarte viviam sós, sem se chocar com o mundo. Viviam imersos nos seus sonhos, incubados e mantidos vivos pelo calor de seus livros.

 

e)      Machado de Assis e Lima Barreto podem ser considerados precursores do Modernismo, com sua literatura fundamentalmente voltada par aos problemas existenciais do indivíduo em face da sociedade.

 

Leia o trecho de Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, para responder às questões de números 4 e 5.

 

Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso do todos os rios.

 

(...)

 

Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora com seus rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de La lengua guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo – Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto, distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro: “Você já viu que hoje o Ubirajara está tardado?”

 

Quaresma era considerado no Arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e a honestidade do seu viver impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, na perdeu a dignidade, não prorrompeu em doestos [injúrias] e insultos. Endireitou-se, consertou o seu pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e respondeu:

 

- Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queria levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para a grandeza e a emancipação da Pátria.

 

Questão 04 (UNIFESF – 2007)

 

Examine a frase: “Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani.”

 

a)      No conjunto da obra, que relação há entre nacionalismo e o estudo do tupi-guarani?

 

b)      Quanto ao sentido, explique o emprego da forma verbal dedicava e justifique sua resposta com uma expressão presente no texto.

 

Questão 05 (UNIFESP – 2007)

Analise a frase: “...deram não se sabe por que em chamá-lo – Ubirajara.”

 

a)      Supondo-se que houvesse uma explicação de natureza literária para o apelido, a que obra estariam os empregados da repartição fazendo referência? Por quê?

 

b)      Explique em que consiste a discriminação sofrida por Policarpo Quaresma, tomando como referência o apelido e a resposta dada por ele a Azevedo.